Faz tanto tempo que não escrevo
E o mundo (ah, o mundo)
Não cessa de girar
Tampouco espera por mim
Faz tanto tempo que não escrevo
E o tempo (esse senhor tão travesso)
Gira seus ponteiros de bronze
Passo a passo, sem remorsos
Faz tanto tempo que não escrevo
E a vida - a vida -
É feito montanha nua
Acima de mim, acima dos homens
Faz tanto tempo, meu bem,
Que a poesia não vem
Nem bate à minha porta
Tampouco pergunta por mim
Faz tanto tempo, meu bem,
Que a vida, o mundo, o amor,
São meras palavras vazias,
Rascunhos no branco papel
E o tempo, esse senhor tão travesso,
Zomba de mim a perguntar:
Teu texto, teu canto, palavras,
Jamais vão me reencontrar?
Faz tanto tempo que não escrevo
Poesia, meu bem, onde estás?
Jorge Fernandes - www.litoralmania.com.br
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